O meu irmão é proprietário de hectares de terra paradisíaca



Vindo de longe chegava mais um convidado. O Tó resolveu viajar até outras paragens, à boleia de um tumor nos pulmões. Desta vez ninguém viajou na "Maionese Airlines", toda a tripulação ficou a assistir à viagem do Tó, mas eu sei para onde ele foi, quem o recebeu e como...
Tendo poucas certezas na vida, e muitas menos na morte, há uma que se foi colando ao corpo, ao longo dos anos: a de que o meu irmão é o proprietário de hectares e hectares de terra paradisíaca! Sempre que alguém decide ir visitá-lo eu imagino-o a organizar grandes festas para receber quem chega. Ontem, quase de certeza que com ele, ao portão, estavam as suas cadelas preferidas (a Fusca e a Jade) a fazer a recepção; na cozinha da herdade estava a avó Etelvina a preparar uma comida especial - porque as avós fazem sempre comidas especiais para os convidados; o avô Mário estava à lareira a dar a benção, a contar histórias do campo e a picar a paciência à sua amada Etelvina; estava a avó Albertina a oferecer  "um café e um pãozito com queijo" ao Tó; estava também a Cesária a cantar uma morna e o Vinícius tocando violão. O Tó chegou com três flores de couve, colocou-as na jarra que acolhe os novos convidados, e sentou-se à mesa. Uma grande mesa onde se iniciam as festas que duram uma eternidade!
(também sei que o Miguel estava a ressacar por um cigarro e que o Tó lhe levou um no bolso!)

Comentários

  1. Acho que finalmente descobri quem é o vizinho de que me falam com hectares e hectares de terra ;)

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  2. Só podia! Estamos juntas Sónia! Beijos sabura!

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