Vila Nova de Foz Côa e o seu Foz Coense

Parece ser o fim do caminho, do mundo... mas depois de chegarmos percebemos que é o fim do cansaço e que Foz Côa é uma espécie de ninho. Um micro clima faz daquela zona do país um Algarve do Nordeste. A laranja, a azeitona, a amêndoa e a uva gostam de apreciar as montanhas, as águas do Douro, do Côa. Para além do Festival de Poesia onde participei (evento que existe desde os anos 80 por aquelas bandas), outras coisas bonitas merecem destaque. O meu momento Sabura aconteceu quando, diante da paisagem do Douro e Côa, e com dezenas de quilómetros montanhosa a perder de vista, sou esmagada por um silêncio ensurdecedor. Já todos fomos esmagados pelo silêncio ou levados a voar nele, mas sentir que se ensurdece com ele, nunca tinha sentido. Em frente àquela paisagem nada se ouvia, nem coachar, nem piar, nem falar... nada, só silêncio, e de tão grande que era, tornou-se ainda maior que aquela paisagem e ensurdecedor.

No mapa de Portugal parece muito mais longe

Museu Foz Côa

Silêncio ensurdecedor

XXIX Festival de Poesia (Vila Nova de Foz Côa)

E como Foz Côa é terra de artistas, sobretudo poetas, aqui vos deixo o testemunho desta realidade... 
"O Foz Coense que ensinou o pássaro a voar"... batia a hora de regressar ao ninho e os seus filhos não lhe viam as penas há largas horas. Piaram, piaram, piaram até que, lá ao longe avistaram o seu pai, trazido à boleia pela mão do Foz Coense. De imediato fecharam o bico e abriram bem os olhos. Não podiam crer no que estavam a ver, um Humano tomou o seu pai pela mão, colocou-o perto do seu ninho e mostrou-lhe como deveria voar e para onde se dirigir. Como se isso não bastasse, o Humano foi falar com outros Humanos Amigos acerca daquele assunto durante uma boa meia hora. Depois disso ainda voltou perto do pai para lhe mostrar, uma vez mais, o caminho até aos filhos e para lhes oferecer umas migalhas..."

Foz Coense e o pássaro
(em cima da estrutura de madeira)






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