2 de Abril, dia internacional do Livro Infantil e do Christian Andersen...


É sempre no segundo dia de Abril que se lembra o aniversário de Christian Andersen e, em sua homenagem, o livro infantil.
Todos os anos o IBBY (International Board on Books for Young People) comemora este evento com inúmeras actividades, um cartaz e uma mensagem. Todos os anos, o IBBY convida um autor de um dos países membros para assinalar este dia com uma mensagem que celebre a prazer da leitura e a importância da literatura para os mais novos. 
Este ano o país é a Irlanda; a concepção do cartaz foi para Niamh Sharkey, com o tema "Imagine Nations through Story" e mensagem foi escrita por Siobhán Parkinson.

Este é o cartaz do IBBY...




E este, o de Portugal. A autoria é de Ana Biscaia, vencedora do Prémio Nacional de Ilustração no ano passado...






Esta é mais uma bonita mensagem deixada ao Mundo, acerca da importância destes Livros para a Humanidade...



"CARTA ÀS CRIANÇAS DE TODO O MUNDO
Os leitores perguntam muitas vezes aos escritores como é que escrevem as suas histórias – de onde vêm as ideias? Da minha imaginação, responde o escritor. Ah, sim, dizem os leitores. Mas onde fica a imaginação, de que é que ela é feita, e será que todos temos uma?
Bem, diz o escritor, fica na minha cabeça, claro, e é feita de imagens e palavras e memórias e vestígios de outras histórias e palavras e fragmentos de coisas e melodias e pensamentos e rostos e monstros e formas e palavras e movimentos e palavras e ondas e arabescos e paisagens e palavras e perfumes e sentimentos e cores e ritmos e pequenos cliques e flashes e sabores e explosões de energia e enigmas e brisas e palavras. E fica tudo a girar lá dentro e a cantar e a parecer um caleidoscópio e a flutuar e a pousar e a pensar e a arranhar a cabeça.
Claro que todos temos uma imaginação: se assim não fosse, não seríamos capazes de sonhar. Contudo, nem todas as imaginações são feitas das mesmas coisas. A imaginação dos cozinheiros tem sobretudo paladares, e a dos artistas mais cores e formas. Mas a imaginação dos escritores está cheia de palavras.
E nos leitores e ouvintes das histórias, as imaginações fazem-se com palavras também. A imaginação do escritor trabalha e gira e molda ideias e sons e vozes e personagens e acontecimentos numa história, e a história é apenas feita de palavras, batalhões de rabiscos que marcham ao longo das páginas. E depois chega o leitor e os rabiscos ganham vida. Ficam na página, parecem ainda rabiscos, mas também brincam na imaginação do leitor, e o leitor começa igualmente a desenhar e a rodar as palavras de modo a que a história se crie agora na sua cabeça, tal como tinha acontecido na cabeça do escritor.
É por isso que o leitor é tão importante para a história como o escritor. Há apenas um escritor para cada história, mas há centenas ou milhares ou mesmo milhões de leitores, na própria língua do escritor ou traduzida para muitas línguas. Sem o escritor, a história nunca teria nascido; mas sem os milhares de leitores em todo o mundo, a história não viveria todas as vidas que pode viver.
Cada leitor de uma história tem alguma coisa em comum com os outros leitores da mesma história. Separadamente, mas também em conjunto, eles recriam a história do escritor com a sua própria imaginação: um ato ao mesmo tempo privado e público, individual e coletivo, íntimo e internacional. Isto deve ser o aquilo que o ser humano faz melhor.
Continua a ler!

Siobhán Parkinson Autora, editora, tradutora e distinguida com o Laureate na nÓg (Children’s Laureate of Ireland).
Tradução: Maria Carlos Loureiro"



Eu só tenho a dizer que vivendo num Mundo "normalizado", percebo porque é que este tipo de literatura continua a ser menosprezado... valem-nos uns quantos "anormais" ao cima Dele para lhe dar valor. 

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