Concurso Poético - Cancioneiro Infanto Juvenil para a Língua Portuguesa (10 e 11 Maio 2014, Instituto Piaget (Almada)
Estamos aqui e aqui continuaremos.
A falar de poesia nas escolas e na vida.
O Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua
Portuguesa pretende estimular toda a comunidade educativa para a aprendizagem
da escrita e da leitura, baseada no prazer, no lúdico, na descoberta constante.
Pretende reintroduzir a dimensão poética no sistema educativo e cultural.
Pretende reintroduzir a nossa cultura literária infanto-juvenil na formação de
leitores. Pretende capacitar todos os agentes educativos, de instrumentos, que
lhes permitam estar presentes de forma activa na educação de um leitor, desde
os primeiros anos de vida. O desenvolvimento do projecto implica uma formação
contínua de professores e comunidade educativa, em geral, na área da escrita
criativa, estimulando a implementação de espaços de criação poética no contexto
escolar e familiar. Após a realização das acções com professores, alunos e pais
sistematizam-se os resultados escritos, dando origem aos concursos poéticos do
Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa. Concursos Poéticos
que se têm repetido de três em três anos, aproximadamente, e está previsto que
se prolongue durante trinta anos.
Após
a abertura de cada concurso, em cerimónia oficial, e durante o período de
duração do mesmo, receber-se-ão os trabalhos dos concorrentes. Serão admitidas
pessoas de todas as idades e de todos os países de língua oficial portuguesa. A
participação em cada concurso está sujeita ao regulamento desse mesmo concurso,
regulamento esse que é publicado no momento da sua abertura.
Os
poemas seleccionados pelo júri serão publicados por ocasião de um Simpósio que
encerra cada concurso, ou posteriormente, no lançamento do concurso seguinte. A
selecção recairá nas poesias “que manifestem qualidades intrinsecamente
poéticas, por ordem de preferência e por cada grupo de concorrentes”.
Num tempo em que a as questões relacionadas com a literacia
inquietam todos os que nos preocupamos com a educação, todas as achegas que
possam contribuir para o encorajamento e valorização da palavra são dignas de
aplauso. Certamente há muitas iniciativas merecedoras de relevo mas
consideramos que o Cancioneiro Infanto-Juvenil para a Língua Portuguesa pode
funcionar como um forte estímulo à criatividade.
A poesia, pelas suas características intrínsecas de
ritmo, harmonia e rima, aproxima-se dos ritmos biológicos e, talvez por essa
razão, seduz tão facilmente as crianças e os adultos que ainda preservem, com
sabedoria, espaços de encantamento.
É fácil descobrir que a poesia agrada à criança –
basta experimentar; sabemos também que é nos primeiros anos que, quase sempre,
os nossos caminhos tomam o rumo que hão-de seguir no futuro. Torna-se pois
bastante claro que a sensibilização à poesia pode ser uma forma excelente de
despertar o prazer da palavra, a música dos sons, a capacidade de sentir e ler
o mundo. E este prazer da palavra, quando adquirido, é garante de uma relação
de sucesso com os diferentes obstáculos que a conquista da literacia pode
apresentar.
Além deste contributo como facilitador de
aprendizagens no domínio da Língua, não duvidamos da sua intervenção activa ao
nível do desenvolvimento de uma sensibilidade criativa que enriquece o sujeito
e a sociedade em que este se encontra inserido.
A infância é o destinatário privilegiado destas
nossas preocupações, como é óbvio, mas o concurso é aberto a todas as idades,
como é referido anteriormente; assim, todos os “crescidos” que ainda preservem
a “capacidade de se espantar com o simples facto de existir” podem, não apenas
promover junto das crianças este encontro com a magia da palavra mas também
encontrar, sem preconceitos, espaços de encantamento que, estamos certos, ainda
os habitam e procuram apenas a voz capaz de acordar silêncios fecundos...
A título de exemplo enviamos algumas frases do
Cancioneiro, já editadas em edições anteriores a este concurso:
“A noite é um
sonho que se pensa que é realidade.” (Gustavo Almeida - 6 anos, Lisboa, In:
A Minha Vida é uma Memória)
“Tenho quatro
olhos para mexer o corpo. Tenho dois por fora e dois por dentro!” (Rodrigo
Delgado – 4 anos, S. João da Talha, In: Um Livro é… uma Árvore de Histórias)
“As histórias
da minha mãe são bonitas, porque ela sabe as letras todas dos livros.” (Ana
Viegas Rodrigues – 5 anos, Costa da
Caparica, In: Um Livro é uma Árvore de Histórias)
“Eu tenho
letras que andam no meu nome!”( Jorge Nunes 4 anos, S. João da Talha, In: A
Minha Vida é uma Memória, Pg. 46)
“A poesia é
uma coisa que não é a mesma coisa mas é igual.” (Beatriz Bruno Antunes – 4
anos, Atouguia da Baleia, In: Silêncio é o Barulho Baixinho!...)
“Eu estou
aqui em cima do meu pescoço.” (Marcos Silva – 3 anos, Valadares, In: O
Sonho vem pela Cabeça)
“Os namorados
são amigos de casamento.”
(Areana Semedo – 6
anos, Externato Rainha Santa Isabel –
Coimbra , in O Silêncio é um Barulho Baixinho)
“Não vou ter
frio porque eu sou muito «esquentadora»”
(Maria Beatriz Marreiros – 4 anos, Laranjeiro, in A
Casa do Sol é a Cor Azul)
“Quando o ar
cheira bem é porque os astronautas no espaço estão a comer rebuçados.”
(Gustavo Filipe Silva Almeida – 4 anos, Queluz, in O
Silêncio é um Barulho Baixinho!..)
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