A morte vive grávida de Tempo
Sinto-a a pairar e a querer ficar.
Imagino-a a aguardar pacientemente,
sentada num banco, de costas curvadas, pé assente na trave do banco, mãos a segurar o queixo
Imagino-a de rosto sofrido
e pele enrugada pelo excesso de vida que tem,
olhar sereno.
Por vezes de passo indeciso, outras tão decidido quanto o seu ser.
Imagino-a em longas conversas
tentando seduzir quem lhe resiste...
quem caminhou todo o Tempo sem nunca dela se lembrar
quem fez da vida o seu maior Presente.
A morte vive grávida de Tempo
todos os dias gera novos filhos.
Nenhum deles o deseja ser
mas todos somos filhos dela também
Vivemos em caminho, nunca esperando.
A morte nunca caminhou na passadeira vermelha,
ao contrário de nós que pudemos avistar tanta paisagem
fazer tanta paragem e viver cada minuto...
como se ele
fosse esse último.
Que bontio Rita. abraço
ResponderEliminarObrigada Manuela! Abraço para ti também!
EliminarForma Bonita de escrever . beijo
ResponderEliminarObrigada Aurora! Beijo para ti também!
EliminarBelo, muito belo.
ResponderEliminarAssim é por vir da dor...
Fantástica descrição! Também há quem diga que a morte é descanso, mesmo que for prefiro viver cansada. Beijinhos professora
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