Empacotar a vida



"Empacotar a vida" é o nome do filme que estreia, esta semana, cá em casa.
Sentamo-nos a olhar para o grande ecrã e vemos as personagens a empacotar...
Nas embalagens maiores, os acontecimentos que duram há muito tempo nas suas vidas.
Nas embalagens minúsculas, os pormenores escondidos na memória.
Nas embalagens protegidas com bolinhas de plástico, as memórias dos tempos frágeis.
Nas embalagens resistentes, as memórias de há trinta anos, a família e o cheiro a coentros (para mal dos meus pecados).
Nas embalagens transparentes, as verdadeiras amizades, palavras, olhares, abraços, colos.
Nas embalagens rígidas, a força, coragem e determinação. 
Nos sacos azuis do Ikea e do Pingo Doce, as memórias atrapalhadas e aldrabadas pelo tempo. Memórias entrelaçadas, que não necessitam de grande organização.
Quando terminam de empacotar, fecham todas as embalagens e escrevem: "Frágil Fim Aqui"

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