Há palavras que tocam numa boca e se transformam em armas nucleares.
Há palavras que tocam numa boca e se transformam em armas nucleares. Palavras que seguem disparadas e quando tocam a pele do outro desarmam-no. Palavras que nos deixam perdidos do centro.
Queria dizer-te todas as palavras que guardo mas que, na realidade, são tuas. Queria dar-tas mas de cada vez que lhes pego, perco-me. Perco-me até na minha caligrafia, ao ponto dela mudar, de se estar a fechar e a arredondar.
Há palavras que nos moem a cabeça "quero falar contigo". Há palavras que nos pisam a memória "porquê?". Há palavras que nos alucinam o pensamento "amor". Há palavras que nos rasgam o peito "in-di-fe-ren-ça". Há palavras que param o tempo "escuta". Há palavras que fazem levitar "a-cre-dit-to". Há palavras que inundam mais que tsunami "nós".
Há palavras que não nos saem da boca e ficam a calar todos os minutos passados, pensados. Minutos prensados entre palavras. Palavras amassadas pelo Tempo, e esticadas pela saudade "qquueerrrroooofffiiiiiccccaaaarrrrrcccoooonnnnnttttiiiiiigggggggggoooooo"
Há palavras que nos prensam os pensamentos de cada dia. Há pensamentos que nos prensam as palavras.
Há palavras que tocam numa boca e se transformam em armas nucleares, e em cada silêncio ganho, uma bomba de estilhaços.
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