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A mostrar mensagens de maio, 2015

Agradeço a estes senhores governantes...

Pensando bem no que se anda a passar nesta praia lusitana acabo por perceber que afinal tudo está certo! E agradeço a estes Senhores governantes... Senhores governantes, o meu carro já deixou de ter, frequentemente, o depósito atestado. Agora atestamos na viagem das férias de verão, e de resto abastecemos à semana vinte e cinco euros. Agradeço-vos a consciência da pegada ecológica que nos obrigaram a ter. Senhores governantes, cá em casa, as viagens de férias de verão deixaram de "viagens" para passarem a ser "viagem". Agradeço-vos a capacidade de foco que nos obrigam a ter. Senhores governantes, a arca frigorifica cá de casa agora passou a ser tratada como o depósito do carro, há muito que não é atestada. Agradeço-vos nunca mais ter tido  comida fora de prazo, no frigorifico.   Senhores governantes, as lâmpadas lá de casa foram todas mudadas para as mais económicas, não por questões ambientais do mundo, mas por questões de um possível arejamento à

Meditação e crianças

O meu Guerreiro já me fez este pedido várias vezes, antes de adormecer... "Ensina-me a meditar porque assim eu adormeço melhor." Eu não medito formalmente, nem nunca fiz nenhuma formação nessa área. Estou rodeada de gente que o faz, mas eu nunca o fiz. Ontem, ao perceber a intenção da sua pergunta, dei-lhe a minha melhor resposta... "Mas o que é para ti meditar?" "É deixar de pensar" "Com quem falaste sobre isso?!" "Não sei, acho que com ninguém!" "Então eu dou-te um truque que pode ajudar: ficas deitado na cama e durante um minuto a única coisa que vais pensar é na tua respiração. Vais ouvi-la e vais pensar nela." E lá começou o exercício. No início fê-lo correctamente, sentia-o a forçar a respiração, a não deixar que ela fluísse naturalmente, depois foi acalmando. Após um minuto pedi-lhe que parasse... "Achas que conseguiste? Ajudou-te?" "Sim, consegui pensar só

Mar de Memórias...

Mar,  praia da Memória É no mar que a solto É no mar que a recolho É na linha que a teço É na linha que a desenlaço O Mar, a praia da Memória a Dança, a Sua linha de horizonte

Um dia vou vestir o casaco certo ao meu coração...

Um dia vou vestir o casaco certo ao meu coração. Um casaco com corte marcado a giz branco, com a medida certa, nem muito justo, nem muito folgado, que quase não se nota à luz do olhar de tão bem que me assenta, que só um olhar experiente  consegue desunir-me dele, um casaco com tantas linhas para a direita como para a esquerda, que me fica bem em qualquer parte do corpo ora somente em cima de um ombro, ora tapando as pernas, ora com as mangas vestidas, ora atado à minha cintura, um casaco sempre perfumado, com aromas simples e claros, um casaco com um bolso largo que convida a conhecer e partilhar segredos, um casaco feito de um tecido tão delicado quanto forte, Um casaco onde a diferença está escondida nos pormenores, nos detalhes das linhas... e por entre linhas eu irei passear-te e encaixar-nos naquelas paisagens que vão bem com a nossa pele, naqueles lugares que só aos dois pertence ... e depois,  durante e até antes, tu pod

E eu sou feliz por estar rodeada de gente com piadas parvas

E quando um clima menos bom é levado por terra com uma piada parva, isso é? ... inteligência!  E eu sou feliz por estar rodeada de gente com piadas parvas, que são tão inteligentes! Que me fazem ter vontade de gargalhar por apenas uma parvoíce. Que deitam por terra todo o trabalho de resmunguice e rezinguice do outro.  E há ainda aquelas relações que têm um canal secreto de parvoíce entre as pessoas! Canal  que é activado por uma reacção de curtíssima duração, que por vezes nem chega a demorar um milésimo de segundo. Hoje tive esta sorte. Por entre muitos pensamentos, muitas questões, muito crescimento, muito olhar para todos os lados e muita seriedade leve desmontaram-me o figurino com uma piada daquelas "simples e eficazes". Daquelas que não há como não nos cairmos no chão, de tanto rir. E o que que eu admiro isto?! Tanto! Seja em que relação for, seja ela amorosa, "amizadosa" ou ecológica.  Das melhores memórias que guardo são destes momentos. E

Hoje também é dia 25 de Abril!

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Hoje completaremos a caminhada do dia 25 de Abril.  A chuva não deixou que, no próprio dia, gritássemos até ao fim por todas as revoluções!  Do Rato, ao Carmo, à Praça do Comércio... de 1910 a 1927 e depois até 1974...  Vamos em grupo, em descoberta e em Amor! Como se querem as revoluções!

DIA INTERNACIONAL DA FAMÍLIA e uma TESE EM LITERACIA FAMILIAR...

Dia Internacional da Família... e uma tese em Literacia Familiar E porque hoje é mais um dia a comemorar, deixo aqui o registo daquilo que nós podemos fazer em família, para salvar os nossos filhos, enteados, sobrinhos do insucesso escolar :-) Ontem defendi (palavra estranha esta, parece que o objectivo deste momento é um "defender" porque há alguma coisa a acusar... princípio errado) a minha tese de mestrado. Demorou o tempo certo a ser construída. Doze anos. Por norma, o tempo projectado para elas é de dois anos. Mas demorei todo este tempo porque um trabalho com esta envergadura, a meu ver, não pode ser feito só da leitura de artigos científicos e livros. Demorei doze anos e fez todo o sentido. O objecto de fazer um trabalho destes começou em 2003 quando me inscreve num mestrado de psicologia educacional (ISPA). Maravilhoso mestrado. Num ano aprendi mais do que em quatro de licenciatura, é uma verdade. Tão bom que fiz a parte curricular no tempo certo, com uma

Fui com a certeza que não me apetecia sorrir... (o dia depois de ontem)

E no dia seguinte como chegas até ao sítio de onde ontem saíste violentada, embora que só emocionalmente? (como se a palavra "só" não fosse aqui suficientemente grande) Passar o dia pensar no que fazer hoje com eles... O quê?! Preparar uma atividade de uma hora, no dia seguinte aos meus alunos terem sido expostos a um acto violento, sem saber o que se passou hoje, durante o seu dia.  Será que houve punições a alguém? Será que foi falado com os alunos? Não sabia. Sabia que o caminho até chegar à escola ía ser diferente, a entrada também e aquela hora idem.  O que levar? Por norma, a minha hora é utilizada a contar histórias e a trabalhar nelas. Por norma... porque uma grande parte das vezes, a minha hora, é utilizada para tentar salvar vidas. Aliás, a minha hora e todas as restantes horas dos meus colegas, ali, naquela escola. Uns com mais jeito, outros com menos. Mas é o clima que se sente. Somos professores-salvadores. O Alexandre O'Neill dizia "Há mar

Quero encarar de frente a violência, com todo o meu amor e deixar de correr, em círculos, à volta da mesa...

(não devias estar a ler isto porque na realidade eu não devia estar a escrever) A exposição à violência sempre fugiu do meu curso de vida. Nunca foi exposta à violência física. Verbal e emocional tive alguns exemplos por perto, mas a física nunca. A única palmada que quase tive gravada na pele não chegou a acontecer. A figura de quem tinha medo era a do meu pai. Pessoa que tinha, e tem, uma forma especial de mostrar o seu amor, em muito diferente da minha, é certo. Tinha-lhe medo, e um dia fugi dos dois a correr à volta de uma mesa circular. Tinha feito asneira e aquela palmada aproximava-se com grande convicção do meu corpo. Não fui apanhada por nenhum dos dois. Depois desse episódio nunca mais corri. Não corri porque preferi fingir que nem existia na minha vida. Quanto menos contacto melhor, quanto menos confiança melhor, e em pouco se devia à palmada. Era a vida a crescer assim. Eu com medo, e portanto sem confiança, sem respeito, sem admiração. Lembro-me de estar apaixon

A mãe Perfeita, ou perfeitamente cilindrada

Mãe: "Mas só podia... eu sou tua mãe, logo sou A Perfeita, certo?! Não admito hesitações! (em tom de brincadeira)" Filho: "Não... porque para tu seres perfeita tinhas de estar comigo todos os dias!" A partir daqui podemos pensar tanta coisa de acordo com a cor do nosso dia... Opção A, em dias cinzentos: "Toma lá e vai buscar!" Opção B, em dias brancos: "Para ele, para tudo ser perfeito, só faltas eu, todos os dias" Opção C, em dias bege: "Tu não és perfeita, já sabes disso. Ninguém é perfeito, já sabemos disso... então porque é que brincas com as palavras que são coisa séria?!" São as opções que tomamos com a vida...

Ainda acerca dos TPC...

De volta ao tema mundial: TPC A tempestade acalmou e agora estamos em "Mar-chão". Calmo, a correr o seu curso, sem tempestades ou gigantes a amedrontar o caminho.  As boas notícias, e a certeza que a opção é a certa, é quando a professora vem ter connosco e ouvimos: "... estivemos a rever o que precisava de ser ainda consolidado para a prova de Língua Portuguesa. O que vai para casa são revisões dessas matérias. Treino."  Estando o A. adoentado, ainda acrescentou "ele que faça o que conseguir, façam vocês a gestão com ele" É isto! É nisto que acredito e que me faz sentido.  Cada um tem as suas dificuldades, cada um as suas facilidades. Se eu em casa puder acalmar a ansiedade provocada pelas dificuldades agradeço e entregar-me-ei com toda a minha espinha emocional. É a única parte que posso fazer enquanto mãe. E é por esta razão que os TPC (Tortura Para Crianças, Trabalho Para Casa), voltam a ter a designação de Tempo Para Colo.

Queria enganar o meu espelho, queria esconder-me dele e nele continuar a ver-me, aliás, espreitar-me.

Não quero ser somente mais um visitante deste tempo. Nunca pensei que estaria mais de oitenta, e sempre pensei que não desaparecia nova. E neste tempo já fui transparente, opaca, brilhante, baça, viva, morta. É assim que se vive com o nosso reflexo. Cheia de tonalidades. Sempre em espelho.  Muitas vezes achava que o que estava à minha frente era muito maior, mais brilhante, mais transparente. E o meu reflexo, no espelho, ia ficando cada vez mais pequeno à medida que achava isto. Às vezes achava que o meu reflexo era tão alto, inteligente, amoroso quanto o que eu via à minha frente. E eu e o meu reflexo ficávamos a olhar-nos horas a fio, sem perder um pestanejo. Ficávamos no "achismo". Eu achava uma coisa, ele achava outra. Não menos raras eram as vezes em que eu tentava enganar o meu reflexo. Tinha sempre esperança que me acontecesse o que a Suzy Lee tão bem descreveu no seu livro "Mirror".  Queria enganar o meu espelho, queria esconder-me dele e nele

E a história? Presa, cheia de medo de se mostrar. Parecia que ía ao dentista.

Hoje foi dia nervos à flor da pele... acordo com despertador, enfrentar ventania e chuva, começar a Encontar histórias bem cedo.  O corpo não queria obedecer à história, queria virar-se mais para os cabelos enleados e molhados.  O saco queria obedecer à chuva e rasgar-se como um rio, tal como o trânsito... um ribeiro imenso e nós dentro da Nau. E a história? Presa, cheia de medo de se mostrar. Parecia que ía ao dentista. Preferia tudo, a estar ali.  Mas teve de estar. Foi literalmente empurrada para a frente e obrigada a passear na boca de cena, durante uns bons trinta minutos. De vez em quando olhava para trás, assustada, e pedia-me conselhos para continuar. De outras vezes conseguia abrir um leve sorriso. Outras porém, ficava estática, só a olhar quem a olhava e escutava os seus passos. As nossas histórias, são nossas. Não é possível dar-lhes a volta. Não há modificações, alterações ou edições. São assim, com aquelas palavras escolhidas pela Vida. E, do meu lado, e

Ser mãe é...

Desde há sete anos para cá que o dia da Mãe é celebrado no misto entre Filha e Mãe. Há trinta e nove anos que sou filha. Há sete que sou mãe. Em nenhum dos papeis me deram manual, mas o certo é que, para mim, o papel de Mãe sempre assumiu maior responsabilidade do que o de filha. Lembro-me, em cada desavença com os meus pais, de lhes dizer (a maior das vezes, de pensar, para não levar uma achega no pêlo) que eu não tinha pedido para nascer. E se calhar por isso, o peso da responsabilidade enquanto filha sempre foi nulo. Eu sempre estive cá de borla! Nunca exige estar, por isso, aguentem-se! Não tenho de fazer feliz quem escolheu por mim (achava eu que eram eles que escolhiam)...  Já o papel de Mãe foi opção minha e, por essa razão, a responsabilidade é aceite na totalidade.  Mas haverá mesmo tão grande distância entre um e outro?  Seremos mesmo tão diferentes filhos e pais? Acredito que em algumas coisas sim. Sou alguém que, contrariamente aos meus progenitor