Expo 2015 - Lisbon South Bay


É sempre difícil o exercício de olhar para dentro e de perceber, nas entranhas, o que por lá se passa. 

Sentir a emoção, identificar, olhar, perceber e não julgar. Ter tempo para o fazer é uma tarefa sempre difícil. 

É mais fácil sentir e colocar na prateleira à espera de mais tempo, ou ignorar. E os dias passam a correr e nas prateleiras vão-se amontoando pequenos bibelôs (ou ficam para sempre vazias quando nem sequer conseguimos sentir o que quer que seja)... o bibelô dos "fornicoques" que nos causa a reacção daquele colega; o bibelô da ansiedade provocada pela não-resposta; o bibelô do medo provocado pela rejeição; o bibelô da neura-cerebral provocado pela falta de educação dos outros e por aí adiante. Entretanto já enchemos umas quantas prateleiras que ficarão a ganhar pó e, por onde, de vez em quando, passaremos os olhos, suspiremos e pensemos "um dia volto aqui com tempo e limpo tudo isto, agora tenho pressa".

E ali ficam elas a carregar com o pó dos dias. Às vezes é uma ventania que os derruba, outras vezes ficam tão colados à prateleira que desistimos deles. 

Ser consciente deles e dar-lhes atenção é o que quero. Nunca gostei de bibelôs e nunca os tive na minha casa exterior. Vou-me apercebendo agora que, afinal sempre os tive na casa interior, mas, como me disseram hoje "a minha tranquilidade balsâmica" permite que eu os aceite naquelas prateleiras e consiga conviver com alguns deles.

Não são eles que me constroem alguma "tranquilidade balsâmica", mas sim as inúmeras exposições de bibelôs que já visitei na vida. Foram elas que me ensinaram a aceitar a exposição de emoções que agora está patente em mim, e fechada para o público em geral.

Quero fechar esta exposição, renovar o espaço e acolher outros bibelôs, de preferência mais pequenos...   



  

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