Há dias de TPM, de Neura ... de batalhas tão inválidas

Um enorme manto escuro e pesado tomou conta das pernas, das pálpebras e do cérebro. Apareceu sem aviso de recepção ou data de saída. Ali ficou, tranquilamente, a tomar conta. Ali ficou a empobrecer o Tempo. Ali ficou a matar o sol, em vez de o pôr. E foi tomando conta dos que de mim se aproximavam. 
Mas porque raio me dá a "neura" neste dia, a esta hora? Porque raio ao final do dia? 
Entro em dimensões espirituais, psíquicas, emocionais, relacionais e nada... ninguém me dá resposta. Faço as contas aos dias do mês e perco-me. Faço as contas aos dias da semana e rendo-me. 
Mas que falta de paciência com a Sra-Tua-Neura!  
Inspiro, expiro, olho lá para fora, irrito-me... inspiro, expiro, olho para o Guerreiro, irritamo-nos... inspiro, expiro ... mas que diabo, como controlar isto? Não há razão ou lógica, não há. Eu não quero esta neura! Eu quero aproveitar os poucos minutos de final de dia com o meu filho. Não quero esta neura. 
Inspiro e expiro, leio umas páginas do Caminho e paro. Paro numa citação que faz eco "Não quero ser um fraco cruzado" (Henry David Thoreau)... AS ondas de choque daquelas palavras ressoaram e eu não quero ser fraca, sobretudo, eu não sou fraca. Mas era isso que estava a ser/fazer. Estava a ser uma fraca cruzada numa batalha entre a neura e o Tempo. Estava a ser perseverante no meu compromisso com a minha neura, e ela estava a ganhar terreno. Foram precisos cerca de cento e vinte minutos para, no meio do campo de batalha, aparecer um Anjo Guerreiro e terminar o banho de sangue. Veio vestido de branco, cabeça molhada em suor, garrafa de água na mão e dois braços abertos, ao meu encontro. Zero palavras, uma lágrima, saudade, arrependimento do tempo perdido naquela batalha e muito Amor, era o que vinha naquele Abraço. Inspiro, expiro, olho para o meu Guerreiro e a Vida faz sentido. 
Cento e vinte minutos de batalha e o seguinte resultado: neura 1 - Amor 2!
A equipa vencedora apenas apresentou alguns danos físicos, nomeadamente, contraturas na zona lombar e cintura escapolar.
Da próxima vez que o manto escuro tomar conta de mim, sem razão lógica e coerente, sei o que lhe faço. Não lhe procuro a lógica ou a razão. Não lhe dou esse Tempo, não lhe dou esse tamanho tesouro. Procuro o Abraço silencioso e imediatamente venceremos!

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