Gémeos

Não sei se por insegurança, se por falta de aprendizagem mas ser filha única não é um estado que me agrade. No decorrer da quinta semana de gravidez, e durante a primeira ecografia, a pergunta que me veio à cabeça foi "São gémeos?!". O doutor, tendo em conta a hora do exame, respondeu-me se eu às onze da noite achava possível que fossem gémeos..."Não" era a resposta. Na verdade, ter gémeos, não era um desejo grandioso, mas sim uma vontade desafiante. Filha de gémea, irmã de gémeo sempre achei que me batia à porta esse brinde e essa aventura. Pelos relatos que oiço, ter gémeos não é fácil, mas mais que isso, dizem que os pais rapidamente ficam excluídos daquele mundo próprio, daquela bola onde só cabem dois. Atesto que as dores, os medos, as vontades, os desejos, as ansiedades, as sortes e os azares são de facto comuns entre duas pessoas que convivem no mesmo T0 durante largas semanas. E faz todo o sentido! Se até nós, depois de nos juntarmos a alguém, seja num T0 ou num T4, ficamos parecidos, o que pensar deles... Ontem ao ver a notícia de uma mulher checa, grávida de cinco, confesso que, quando ouvi a notícia pensei: "Uau, que sorte de mundo!", mas quando vi as imagens fiquei com outra cara e agradeci ao Senhor Cosmos não ser checa e não ter um namorado checo.  Não gosto do estado de filha única, nem de mãe única mas assim é um pouco demasiado... 


e sem assistência in vitro... os checos são poderosos

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