Abrir caminho ao Tempo...
Quando a cabeça tem milhares de pensamentos e o corpo não acompanha parece que vivemos constantemente num "sonho" (não um daqueles sonhos bons, mas antes, um daqueles sonhos em que tentamos fugir de alguma coisa e quase que somos agarrados apesar de termos a velocidade máxima nos pés).
O resultado são muitos "sonhos" na cabeça, e o principal, o de fazer parar o Tempo à minha volta não permitindo que o mais importante me escape ao olhar e à memória. Ser dona do Tempo. Não deixar que Ele me marque a pele com os seus veios. Deixar que Ele construa a minha memória.
E hoje, não me escaparam, ao olhar e à memória, dois grandes braços enrolados em mim num abraço. Daqueles que param o Tempo Chronos, o Tempo Mundo, o Tempo Vida.
Não me escaparam dezenas de olhares de crianças sobre mim, enquanto lhes falava de histórias, livros, palavras, viagens...
Não me escapou o Tempo quando, cheguei a casa com o meu Guerreiro, e me permiti a cumprir a nossa rotina fundamental de chegada a casa: ter um Tempo só para o outro. Largar sacos, malas, casacos e ficar só para ele.
Não me escaparam os dez minutos no final da aula em que uma mãe, que nunca tinha conhecido, me veio perguntar pelo seu filho (meu educando) e dar-me a conhecer o porquê da sua forçada ausência. Uma mãe com um amor imenso pelo seu filho, preocupação, alegria e de uma ternura tão doce. Desconcertou-me... (não é um hábito, pelas escolas por onde ando, isto acontecer).
Amanhã é dia de iniciar mais um projecto que foi sonhado com a cabeça e agarrado com o corpo! Para lhe chegar foram necessários cerca de dois anos. Tanto tempo a "sonhar" e mais um passinho dado, mais um no Caminho. Vou crescer, tenho a certeza disso.
Asas ao Caminho e vamos lá construir a Vida antes que ela nos construa a nós!
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