Jamaica aqui tão perto de nós...

Quando um homem e muitas notas conseguem virar muitos cantos da boca para cima, dá nisto:



Bob Marley acompanha-me há uns anos, tal como a todos vocês. E cada um de nós tem um episódio (no mínimo) ilustrado com uma das suas melodias.

Para mim ilustra muitos dias de férias em Cabanas de Tavira, em companhia de muito boa gente. Dias muito Sabura. Era só ouvirmos um som deste reggae para todos estarem na vertical e começarem a dar ao chinelo, naquela cadência tão descontraída. 
Era a nossa Jamaica comandada por aquele homem bonito.

Dias em que imperava o ritmo lento, em que demorávamos uns bons quarenta minutos desde casa até à Noélia. Demorávamos muito tempo no muro. Demorávamos eternidades a chegar ao salão de jogos. Demorávamos horas a chegar às Pedras. Cada conversa era uma eternidade. Foi num desses tempos que deixei de usar relógio, porque ali, não fazia sentido cronometrar ou contar o tempo.

Como ninguém vivia abastado de escudos, fazíamos concursos culinários e no último dia, com os poucos trocos que restavam, íamos jantar um Arroz de lingueirão ao Pedro. Havia pontuação e vencedores!

Nesse tempo a marginal era larga, tinha um muro de betão, atravessávamos a Ria a pé e Cabanas terminava no café da Noélia, que tinha as melhores tostas do mundo! Hoje a marginal é mais estreita, tem um passadiço, temos que atravessar a Ria de barco e Cabanas não termina na Noélia. Os que agora a conhecem hão-de encontrar-lhe outros encantos.

Cabanas e Cacela Velha eram a minha Jamaica. O Bob e o Caetano tinham sempre encontro marcado connosco naquelas bandas. Hoje é dia de Bob in the play list! Parabéns!




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